O Mont Saint Michel, ilha rochosa do noroeste francês, tem o apelido de “la merveille” (a maravilha). O motivo é claro: o monastério e a abadia medievais, homenagens ao Arcanjo São Miguel, dão um ar mágico e encantador ao local. Tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1979, a ilhota é o terceiro ponto turístico mais visitado da França, perdendo apenas para a Torre Eiffel e o Palácio de Versalhes. Por ano, mais de três milhões de turistas aproveitam as belíssimas vistas das edificações históricas e das mudanças da maré.
As atrações turísticas
No vilarejo, os lugares mais visitados são as construções religiosas. A primeira delas é datada de 16 de outubro de 709, e as outras, ocorridas ao longo da história de Mont Saint Michel, marcaram o local pela mistura dos estilos carolíngio, românico, gótico e clássico. Enormes trechos de escadaria levam à parte superior da cidade, onde se encontra a antiga Abadia, que já foi até uma prisão durante e após a Revolução Francesa. Ela foi construída em três níveis: no mais alto viviam os monges, onde também se localizam a igreja, o claustro e o refeitório. No segundo andar, o abade recebia a nobreza da época. Já os soldados e peregrinos, por estar abaixo na pirâmide social, eram recebidos no primeiro. No topo da igreja, a 170 metros acima do mar, uma estátua de bronze dourado representa São Miguel derrubando um dragão. A obra do escultor Emmanuel Fremiet está lá desde 1897, quando o lugar foi reformado. Depois de ver a bela e rústica Abadia, os turistas ainda podem aproveitar para conhecer outros ambientes internos. Os diversos salões, salas escuras, jardins, arcadas e o refeitório dos monges, todos construídos em pedra, dão a impressão de uma viagem no tempo.
Outros pontos também chamam a atenção para a beleza da cidadela, como a capela de Saint Aubert. Dedicada ao fundador do vilarejo, a pequena igreja do século VIII segue o estilo da região, com pinturas medievais nas paredes interiores. Nas muralhas que cercam o lugar, erguidas durante a Guerra dos Cem Anos para proteger a ilha dos ataques da Inglaterra, podem ser vistas grandes e lindas torres, como a tour Claudine, tour du Nord, tour de la Liberté, tour de l’Arcade, tour du Roi e a tour Boucle. Também existem muitos pontos de observação da baía, de onde os turistas tem a chance de ver o areal formado durante a maré baixa. Quem quer se aventurar e percorrer o areal deve tomar alguns cuidados, como usar botas de borracha de cano longo e conferir os horários de maré alta previamente. O mais recomendado é contratar um dos guias locais, que organizam grupos de até dez pessoas para explorar a região entre o mar e as muralhas.
Nas pequenas ruas de Mont Saint Michel, como a Grand Rue, são diversos os museus e principalmente as lojinhas de souvenires. Elas oferecem vários tipos de lembranças do lugar, como porcelanas, chaveiros, ímãs, calendários, camisetas, postais e petiscos típicos, como os Galettes Bretonnes (biscoitos artesanais da região da Bretanha) e os Calvados (destilados produzidos a partir da fermentação da maçã).
Onde comer e ficar
Por receber tantos visitantes, a economia da cidade é baseada no turismo. Sendo assim, são variadas as opções de hotéis, bares e restaurantes. Logo na entrada do vilarejo está o famosíssimo hotel e restaurante La Mère Poulard, fundado em 1879. Suas omeletes gigantes já atraíram diversas celebridades, como Yves Saint-Laurent, Alberto Santos Dumont e Leon Trotsky. O preço é um pouco alto, passando dos 39€. No Ferme Saint Michel, outro hotel e restaurante, pode-se experimentar o Gigot d’agneau de pré-salé, um tipo de cordeiro da região da Normandia conhecido por ser pré-salgado. Os crepes da Creperie La Cloche são outro destaque: os mais tradicionais, como o de maçã, custam apenas 4€. Dentro das muralhas encontram-se outras opções de restaurante, como o Le Saint-Michel e o La Confiace.
Os hotéis e pousadas também são diversos, tanto dentro quanto fora da ilha. Os preços vão dos €70 e podem ultrapassar os €300. Os hotéis Saint Pierre e Croix Blanche são perfeitos para quem quer ficar mais perto dos pontos turísticos e não se importa em pagar um pouco mais para isso. Uma das opções fora da muralha é o hotel Formule Verte. Ele fica a cerca de 2km do Mont Saint Michel e a diária custa aproximadamente 63€.
Dicas e informações
Custo da visita à Abadia:
Maiores de 25 anos: 9€
De 18 até 25 anos: 5,50€
Grupos com mais de 20 adultos: 7€
Visita guiada: 3€
Menores de 18 anos não pagam.
Horários de funcionamento da Abadia:
De 02/05 até 31/08: aberta das 9h às 19h
De 01/07 até 30/04: aberta das 9h30 às 18h
A última entrada ocorre uma hora antes do fechamento.
A Abadia não abre nos dias 01/01, 01/05 e 25/12.
Como chegar
Trem
(Paris – Pontorson – Mont Saint Michel)
Paris Montparnasse via Rennes (duas horas) ou Paris Saint-Lazare via Caen (duas horas e quarenta minutos).
Pontorson: conexão de ônibus pela Manéo, ônibus linha 6 Pontorson / Le Mont St Michel.
Ônibus
Monte de Rennes (Gare Routière, duas horas e vinte minutos)
Dol de Bretagne (Les Courriers Bretons)
Horários correspondentes à chegada dos trens de Paris nessas cidades.
OU
Ônibus Cityrama
Ida e volta no mesmo dia: saída às 7h15 e volta às 21h15 (exceto domingo).
Preço: 158€ por pessoa (almoço e bebidas incluídos).
Viagem de dois dias (primeiro dia: Mont Saint Michel, segundo dia: castelos de Loire). Preço: 351€ por pessoa (duas refeições incluídas).
Rodovia
A11 Chartres-Le Mans-Laval: saída para Fougères na direção Le Mont Saint Michel.
A13 para Rouen e Caen: de Caen A84 para Le Mont Saint Michel.
Estacionamento na entrada do monte (durante a alta temporada só é possível estacionar a um mínimo de 2km da ilha).
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