Quando o Moulin Rouge foi fundado, em novembro de 1889, em meio à chamada Belle Époque, no século XIX, a ideia era atrair a elite parisiense para a região de Montmartre, que ficava à margem da sociedade da época. Muito mais do que um ponto turístico na França, ou um marco de uma época, o Moulin Rouge é um símbolo, um pedaço indispensável para contar a história da boemia de uma cidade que sempre esteve à frente do seu tempo e também de todas as outras.
Moulin Rouge: como surgiu o famoso cabaré
Joseph Oller e Charles Zidler, os fundadores do Moulin Rouge, já eram empresários bastante experientes no ramo de performances quando descobriram uma incrível quadrilha que se apresentava no Elysée-Montmartre. Quando isso aconteceu, dizem que Zidler contratou toda equipe imediatamente.
O Moulin Rouge, então, passou a ser o maior e mais importante dos cabarés de Paris, um verdadeiro de águas em meio a uma das noites que já era considerada uma das mais festivas de toda a Europa. Um dos destaques ficava por conta do enorme elefante de madeira, totalmente decorado e localizado no jardim da casa, um detalhe consideravelmente ostensivo. A casa era palco de dançarinas belíssimas, que se apresentavam com danças extremamente sensuais. A mais famosa delas, como você pode imaginar, se chamava Cancã, ou Can Can.
Além dos grandes nomes da elite, que se encantavam pelas belas pernocas presentes no cabaré, muitos artistas também frequentavam a casa, bem como marginais locais que ficavam espreitando o local.
Um dos maiores admiradores do Moulin Rouge foi o pintor, hoje consagrado, Henri de Toulouse-Lautrec. Famoso por seus inovadores retratos de personagens da região de Montmartre, pelo uso característico de cores e traços e por sua figura bizarra – tendo sofrido um acidente ainda na pré-adolescência que o deixou deformado, Toulouse-Lautrec foi frequentador assíduo do local desde a sua fundação.
Muitos dos cartazes utilizados para divulgar os shows que aconteciam na casa foram pintados por ele. Uma de suas grandes musas, chamada La Goulue, era também a maior estrela das noites do cabaré.
O Moulin Rouge e sua dança mais famosa, o Cancã
Louise-Joséphine Weber, também conhecida como La Goulue (A Gulosa), estava bem habituada a servir de inspiração para pintores diversos. Diz-se que desde muito cedo ela se encantava e deixava encantar por homens e pincéis. Aos 23 anos, La Goulue foi contratada por Charles Zidler por conta de seus talentos na dança, bem como por suas formas torneadas, as mesmas que a imortalizaram nas telas de Toulouse-Lautrec, assim como na história do escandaloso e festivo Moulin Rouge.
Atravessando os séculos, o Moulin Rouge (que, aliás, significa moinho vermelho, em português), já foi palco de grandes nomes da música como Frank Sinatra, Edith Piaf e Liza Minnelli, e serviu de inspiração para filmes premiados com o Oscar, musicais com plateias sempre lotadas, videoclipes de artistas como Christina Aguilera e muito mais.
A dança, ousada, sensual e hipnotizante, tomou conta de Paris e depois foi levada para outros palcos, em Nova Iorque e Londres, por exemplo. Com vestidos coloridos e esvoaçantes, e movimentos tanto flexíveis quanto frenéticos, o Cancã também se tornou trilha sonora de vários filmes e até de desenhos animados que continuam ainda hoje encantando gerações.
Moulin Rouge: como visitar o lugar e assistir ao show
Sem dúvidas o Moulin Rouge não perde em nada para as atrações imperdíveis de Paris, mesmo para aqueles que pretendem apenas passar em frente ao cabaré para tirar algumas fotos. Já aqueles que pretendem conferir com seus próprios olhos uma das apresentações mais marcantes da noite da cidade, é possível comprar ingressos para o show, alguns dos quais incluem também um jantar e até champanhe.
Os ingressos custam a partir de 225€, com apresentações que se iniciam às 19h. Para saber mais, não deixe de conferir o site oficial do Moulin Rouge.
O Moulin Rouge fica na Boulevard de Clichy, nº 82 – Paris.
* Com a colaboração de Bruna Rodrigues.
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