Conhecer novos lugares e viver experiências inesquecíveis é ótimo – e, em família, tudo fica ainda melhor! Porém, viajar de avião com bebê requer alguns cuidados com o pequeno para que tudo corra bem: nas alturas, a atenção com o filhote precisa ser a mesma que você teria “em solo” ou até maior, dependendo da duração do viagem, da idade da criança, e se há paradas ou não, por exemplo.
Para que a viagem ocorra da melhor maneira possível, além de toda a documentação necessária, como certidão de nascimento ou identidade, passaporte, comprovantes de vacinação de acordo com a idade da criança e o destino e todas as devidas autorizações, caso a criança não esteja viajando com ambos os responsáveis, é preciso considerar também itens de higiene, alimentação e até mesmo brinquedos.
Antes de desanimar, espere um minutinho e leia esse artigo até o final: estamos confiantes de que você vai perceber que viajar de avião com bebê não precisa ser um pesadelo. O principal é que você vai precisar se planejar mas, verdade seja dita, contar com um pouquinho de sorte também.
Viajar de avião com bebê: cuidados antes do embarque
Antes mesmo de embarcar, é comum que muitas mães, pais e cuidadores em geral tenham dúvidas sobre que documentos ter para viajar de avião com bebê. Nas viagens em território nacional, a certidão de nascimento ou carteira de identidade são o suficiente, além de um documento que comprove o parentesco entre vocês.
Aqui, vamos dizer uma coisa óbvia, mas que muitas vezes fica esquecida: as crianças crescem e mudam muito rapidamente. Então, se você vai viajar com seu filho de sete anos, mas a carteira de identidade foi tirada quando ele tinha dois anos, as chances de a foto não representar mais o seu filho com tanta precisão são bem grandes. Por isso, vale a pena tirar uma nova via do documento, com foto recente, tirada há no máximo seis meses.
No caso das viagens internacionais, os menores de idade precisam apresentar também um passaporte válido. Mesmo no caso dos países com os quais o Brasil tem acordo diplomático, que permite a entrada de cidadãos brasileiros portando apenas a identidade, o uso do passaporte para menores de idade é recomendado por uma questão de segurança.
A necessidade de visto depende de cada país que você irá visitar, por isso é fundamental fazer uma pesquisa sobre todo o seu itinerário. Se você ingressar em um país de avião, e fizer uma rota por terra (de carro ou de trem, por exemplo), verifique se os territórios por onde você irá passar requerem visto e providencie todos antes da viagem. Não arrisque!
Outro ponto de atenção são os comprovantes de vacinação: dependendo do destino, pode ser que você tenha que apresentar certificados de que tomou determinados tipos de vacina para ter seu ingresso no país autorizado. Mas, fique ligado! Não basta levar a caderneta do SUS ou um daqueles papeizinhos que recebemos no posto de saúde. É preciso providenciar o Certificado Internacional de Vacinação para que sua validade seja efetiva no exterior.
Esse certificado costuma ser emitido em apenas algumas unidades de saúde de cada cidade. Geralmente, é preciso apresentar o comprovante de vacina e um documento de identificação com foto para que o agente de saúde faça a versão do atestado que será aceita no exterior. Informe-se na sua cidade e faça os procedimentos necessários com antecedência.
Documentação para menores de idade
Para viajar de avião com bebê ou crianças até 12 anos é preciso apresentar os documentos de identificação individuais (certidão de nascimento, identidade e passaporte), um documento que comprove o parentesco entre vocês e observar, também, as exigências de cada companhia aérea, pois elas podem variar.
Os menores que forem viajar desacompanhados devem obedecer às regras da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que indica o Serviço de Assistência ao Menor Desacompanhado como obrigatório para crianças de 8 anos até 15 anos e 11 meses.
Nos casos em que o menor for viajar com maiores de 18 anos que não sejam seus responsáveis legais, é necessário providenciar a chamada Autorização Eletrônica de Viagem, disponível online.
Casos em que o menor de idade for viajar acompanhado por apenas um dos pais também exigem uma autorização específica, com firma reconhecida em cartório.
Qual a idade para o bebê viajar?
A idade mínima para viajar de avião com bebê também pode deixar os pais preocupados. A orientação pode variar de acordo com a companhia aérea, mas geralmente só são aceitos bebês com pelo menos uma semana de vida.
No entanto, parece haver um consenso entre os pediatras, que aconselham que o pequeno tenha no mínimo 3 meses de idade antes de embarcar em um avião, que é quando seu sistema imunológico está mais desenvolvido. Caso isso não seja possível no seu caso, não deixe de conversar com o médico que acompanha o desenvolvimento do seu bebê para entender todas as orientações pertinentes.
Uma dica extra: alguns bebês sofrem com a pressurização da aeronave e podem ter dores de ouvido durante a viagem o que, naturalmente, vai provocar muito desconforto e lágrimas. Os pequenos que mamam no peito podem e devem ser amamentados, especialmente na decolagem e no pouso, já que o peito ajuda também a acalmar e deixar a criança mais segura.
Aqueles que tomam mamadeira podem ingerir tanto leite, quanto água ou suco, de acordo com as especificidades de cada criança. Os maiores podem mastigar alguma coisa, como frutas e biscoitinhos, ou até mesmo chiclete. Apenas fique de olho para evitar engasgos e restos de alimentos nas poltronas e no chão.
Quanto custa uma passagem de avião para bebê?
Em viagens nacionais, crianças de até 2 anos de idade, geralmente, podem viajar no colo e não pagam passagem (embora, claro, isso possa mudar de empresa para empresa). Nas viagens internacionais, na maioria dos casos é cobrado um valor que varia entre 10% e 15% do custo da passagem para adultos, além da taxa de embarque. Independente do destino, o bebê com essa idade só poderá ocupar uma poltrona se você tiver pago por ela.
Já as crianças com mais de 2 anos de idade pagam passagem normalmente. Em algumas companhias pode ser concedido um desconto que pode chegar a 50%, mas como isso varia muito é preciso se informar antes de viajar. De toda maneira, nesses casos a criança tem uma poltrona garantida.
Embarque de carrinho e bebê conforto
Pessoas que viajam com bebês de colo têm o direito de usar o carrinho até o momento do embarque, quando o item é recolhido na entrada do avião e despachado para o transporte no compartimento de bagagens. No desembarque, o carrinho também poderá ser retirado na saída do avião. Quem preferir, pode despachar o carrinho juntamente com as bagagens.
As cadeirinhas e bebês-conforto podem e devem ser posicionados nas poltronas para acomodar melhor os pequenos. Para isso, solicite a ajuda de um comissário de bordo. Se você preferir, esses são itens que podem ser despachados gratuitamente nos voos nacionais. Nos voos internacionais, é necessário consultar as regras de cada companhia.
Dicas para viajar de avião com bebê
Documentos em ordem, passagens compradas, malas prontas, agora é só curtir! Certo? Sim, mas calma! O trajeto em si precisa da sua atenção também, especialmente se essa for a primeira vez que você vai viajar de avião com bebê, pode ser que ele estranhe a mudança na rotina, a quantidade de pessoas, o ambiente e a pressurização da cabine, como dissemos anteriormente.
Então, tente focar sua atenção em três grandes “blocos” de cuidados relacionados ao bebê: higiene, alimentação e entretenimento.
Higiene
Não adie a troca de fraldas. Sempre, sempre, sempre leve pelo menos duas mudas de roupas completas na bagagem de mão, além de lencinhos umedecidos, fraldas extras, algodão, pomada antiassaduras e tudo o mais que você usa na troca de fraldas.
Você pode fazer isso no banheiro do avião (alguns possuem trocadores) ou mesmo nas poltronas, caso aquela ao seu lado esteja vazia. Existem mochilas que se transformam em trocadores e ainda deixam todos os itens à mão, para facilitar a vida.
Alimentação
Se seu filhote apenas mama no peito, você não precisa se preocupar com nada além de estar bem hidratada e alimentada para produzir leite. Mas se ele tomar mamadeira, certifique-se de levar a quantidade certa de leite em pó para preparar a bebida à bordo, e não deixe de colocar algumas doses extras, por precaução.
Se além do leite seu filho já come outras coisas, prepare lanchinhos para ele considerando as normas e orientações da companhia aérea. Frutas e verduras, como cenouras e pepinos cortados em palitos, além de biscoitos bem embalados, sanduíches e outros alimentos, costumam poder ser levados a bordo, desde que acondicionados de maneira adequada em embalagens transparentes do tipo zip, potes herméticos ou os pacotes originais, no caso de produtos industrializados.
Você pode investir em uma bolsa térmica para garantir que esteja tudo em ordem e devidamente conservado, o que é ideal especialmente no caso dos voos mais longos. Não deixe de pedir ajuda a um comissário de bordo se precisar, eles estão preparados para lidar com esse tipo de situação.
Entretenimento
Se seu bebê tem um bichinho de pelúcia ou brinquedo favorito, tenha certeza de que não esqueceu de colocá-lo na mochila antes de sair de casa. Mas, além disso, você pode preparar um pequeno kit para entreter sua criança durante o voo, aumentando as chances de que essa seja uma experiência tranquila.
Para os pequeninos, mordedores, bonequinhos de borracha tipo dedoche e brinquedos interativos (desde que sejam silenciosos) são uma boa pedida. Já para as crianças um pouco maiores, livros de histórias, livros com adesivos reutilizáveis, kits de colorir e bloquinhos de montar podem operar verdadeiros milagres durante o voo.
Aqui, vale colocar em prática o bom senso: é importante que seu filho se mantenha calmo e entretido, mas também que ele não precise ficar correndo pela aeronave para se distrair, ou isso vai se tornar motivo de estresse para você.
Dicas extras
Cerca de 48 horas antes do voo, você pode entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor da companhia aérea para informar que vai viajar de avião com bebê. Pode ser que isso traga algumas vantagens, como uma alimentação especial, assentos na primeira fileira, e até a disponibilização de um bercinho, mas no mínimo você deixa a equipe de bordo ciente.
Quando for possível, especialmente em voos longos, procure viajar de avião com bebê à noite, no horário em que a criança geralmente está dormindo. Isso pode fazer com que o tempo passe mais rápido para vocês dois.
Fique atento ao limite de peso de cada bagagem, despachadas ou de bordo. Não há uma tolerância maior para quem está viajando com crianças. Mas, vale ressaltar: crianças que pagam passagem têm direito a uma mala de bordo como qualquer outro passageiro.
Você se organizou, planejou tudo o que era possível e fez o melhor que podia? Então, agora, é relaxar e curtir a viagem. É aqui que entra a parcela de sorte que mencionamos no começo do artigo. Com crianças, as coisas podem mudar e se tornar imprevisíveis rapidamente, e isso pode gerar um alto grau de estresse e preocupação. Mas, da maneira como você conseguir, tente encarar as coisas como elas são: temporárias.
O voo pode ser longo, mas não vai durar para sempre. Os outros passageiros podem fazer cara feia para o seu bebê chorando, mas eles não são responsabilidade sua. Se concentre no seu bebê coloque em prática todo o seu jogo de cintura para que essa seja apenas uma das muitas viagens que vocês farão juntos.
* Com a colaboração de Guilherme Not.
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